O mercado imobiliário brasileiro em agosto de 2025 atravessa uma fase de desafios e oportunidades.De um lado, a taxa Selic ainda elevada encarece o crédito, freando a compra de imóveis prontos e pressionando incorporadoras verticais.De outro, cresce a busca por alternativas mais acessíveis, seguras e flexíveis de aquisição imobiliária.
É neste cenário que o parcelamento de solo urbano ganha destaque.Os loteamentos planejados se apresentam como a solução ideal para famílias que sonham com a casa própria e para investidores que buscam valorização patrimonial sem depender de crédito bancário.
Neste artigo, quero mostrar por que os loteamentos se tornaram o refúgio seguro em tempos de juros altos e como eles estão moldando o futuro do mercado imobiliário brasileiro.
O peso da Selic e a restrição do crédito
A Selic, usada para controlar a inflação, trouxe efeitos colaterais para o setor imobiliário: Financiamentos mais caros, que reduzem a capacidade de compra da classe média.
Exigência de maior renda e entrada pelos bancos, limitando o acesso a quem mais precisa. Concessão de crédito seletiva, com aprovações reduzidas.
Para o comprador final, isso significa uma barreira de entrada. Para a incorporadora vertical, significa vendas mais lentas e margens pressionadas.
No entanto, o loteamento segue em outra lógica: a venda é direta com a loteadora, sem a intermediação do banco.
O lote como solução imediata
Os loteamentos urbanizados oferecem um caminho mais democrático para aquisição imobiliária: Entrada acessível: muitas vezes inferior a 10% do valor do lote.
Parcelamento direto: contratos de 60 a 120 meses, com parcelas que cabem no bolso.
Menos burocracia: sem análise bancária complexa, apenas comprovação simples de capacidade de pagamento.
Segurança jurídica: contratos regidos pela Lei nº 6.766/79, devidamente registráveis em cartório.
Na prática, isso permite que mais famílias realizem o sonho do primeiro imóvel e que investidores adquiram patrimônio sem travas de crédito.
Insight: Se o crédito trava, o lote abre caminho.
- Valorização em cidades em expansão
- Além da facilidade de aquisição, há o fator valorização.
- O Brasil vive um movimento de expansão para cidades médias, impulsionado por:
- Melhorias em rodovias e infraestrutura regional.
Crescimento de polos industriais, universidades e serviços.
Migração de famílias em busca de qualidade de vida fora das capitais.
Um lote bem localizado em uma cidade média pode valorizar de 40% a 70% em 5 anos — desempenho superior à inflação e, em muitos casos, aos fundos imobiliários impactados pela Selic.
Exemplo:
Um lote adquirido por R$ 100 mil em 2020 pode hoje estar na faixa de R$ 160 mil, gerando um ganho expressivo mesmo em cenário de juros altos.
O terreno como ativo de investimento
O investidor atento percebe que, em 2025:
- Fundos imobiliários sofrem com desvalorização e aumento da vacância.
- Renda fixa oferece proteção, mas não garante valorização patrimonial.
- Terrenos em loteamentos unem segurança e potencial de retorno.
Ao investir em lotes:
- O ativo é tangível, uma posse real.
- A liquidez é crescente: sempre há demanda por terrenos em expansão urbana.
- O ganho patrimonial acompanha o desenvolvimento da cidade.
Muitos investidores adotam a estratégia de comprar dois ou mais lotes: um para revender em curto/médio prazo, outro para segurar como reserva de valor.
Comparativo direto: incorporação vertical x parcelamento de solo
- Aspecto
- Incorporação Vertical
- Parcelamento de Solo
- Dependência de crédito
- Alta
- Baixa (venda direta)
- Ticket de entrada
- Alto
- Baixo
- Burocracia
- Elevada
- Reduzida
- Prazo de entrega
- Longo (obra completa)
- Curto (infraestrutura)
- Valorização
- Moderada
- Alta em cidades médias
Essa comparação reforça a resiliência do modelo de loteamento frente às condições macroeconômicas atuais.
Oportunidades regionais em 2025
Os maiores movimentos do mercado de loteamentos em 2025 acontecem em regiões estratégicas:
Interior de São Paulo, Minas e Goiás: cidades médias com forte expansão industrial e logística.
Sul do Brasil: polos urbanos com alta qualidade de vida atraindo famílias.
Nordeste emergente: capitais secundárias com infraestrutura crescente e turismo consolidado.
A lógica é clara: onde há emprego, infraestrutura e mobilidade, há demanda por moradia e valorização de terrenos.
- Do lote ao bairro planejado
- O futuro dos loteamentos vai além da simples venda de terrenos.
- A tendência é transformar loteamentos em bairros planejados, com:
- Áreas verdes preservadas.
Espaços de lazer e convivência.
Comércio local integrado.
Infraestrutura digital e mobilidade.
Esse modelo aumenta o valor percebido, eleva a atratividade e multiplica o VGV dos empreendimentos.Mais do que vender solo, trata-se de entregar qualidade de vida.
O momento é agora
Em 2025, com juros altos e crédito restrito, os loteamentos não são apenas uma alternativa: eles são o caminho natural para famílias e investidores.
Para o comprador, representam acesso facilitado e menor burocracia.
Para o investidor, são um ativo sólido, seguro e valorizável.
Para loteadoras e incorporadoras, são a oportunidade de liderar o crescimento urbano de forma ordenada.
“Se o crédito trava, o lote abre caminho.
Quem investe em solo hoje, colhe valorização amanhã.”
Autor: EZEQUIEL MARTINS RIBEIRO é especialista em Inovação, Transformação Digital para o Setor Imobiliário e CEO-cofounder da Terravista Software, solução digital para loteadores e incorporadores. Acesse e saiba mais www.terravista.tec.br